sábado, 22 de janeiro de 2011

Redes Sociais

Caros Leitores,

Nos dias de hoje, se você tem um mínimo de acesso a internet, é praticamente impossível passarmos despercebidos às redes sociais. Como já escrevemos neste blog no post Network > Use e Abuse, as redes podem e devem ser úteis a nossa vida.

Se você quer saber mais sobre as redes socias, suas influências e estratégias, a leitura abaixo será interessante. O texto é adaptado da apostila do curso de Administração de Empresas da UNITINS.

Outra fonte de informação interessante sobre o assunto é o site http://br.hsmglobal.com/portal/midias-sociais

Boa leitura e aquele abraço.

PS: dica de filme A Rede Social

História das redes sociais por Mariana Carla de Almeida/UNITINS

O ano de 2009 foi marcado pelo fato de estarmos em rede de uma forma nunca vista antes na nossa evolução cultural. De acordo com uma pesquisa do Ibope Nielsen (2009), no ano de 2009, 64,8 milhões de brasileiros com 16 anos ou mais tiveram acesso à internet. E a tendência é que esse processo se intensifique com o passar dos anos, contribuindo ainda mais para a continuidade da sociedade em rede.

Para saber mais sobre a sociedade em rede, leia o livro A sociedade em rede – a era da informação: economia, sociedade e cultura, escrito pelo filósofo Manuel Castells. Esse livro aborda a dinâmica econômica e social da nova era da informação e busca formular uma teoria que dê conta dos efeitos fundamentais da tecnologia e da informação no mundo contemporâneo.



O crescimento de acesso à internet faz com que nosso país obtenha uma posição favorável diante da competitividade global, como também gere algumas incertezas no mundo dos negócios, ou seja, uma forte ansiedade de como se adaptar às mudanças. “É por isso que 2009 foi o ano no qual as organizações brasileiras se voltaram massivamente às chamadas ‘mídias sociais’, compreendendo que, querendo ou não, já estão na sociedade em rede” (GARCIA, 2010, s/p.).

Mídias sociais são novos métodos de comunicação social, como blogs, fóruns, comunidades virtuais em geral. Os consumidores estão cada vez mais conectados à rede, mais interligados, são coautores de conteúdos e formadores de opinião, por isso é fundamental se pensar como a comunicação empresarial está sendo praticada.

As empresas que se comportarem de forma reativa em relação ao entendimento e à adoção das novas tecnologias e das práticas de comunicação empresarial, poderão ser excluídas dos benefícios gerados por essa era sociocultural contemporânea. Portanto, apesar das certezas e das dúvidas que envolvem as redes sociais, é essencial que sejam compreendidas no seu sentido mais amplo, a partir de um prisma antropológico das redes sociais que lhe dão vida (GARCIA, 2010).

Não só o uso das redes sociais ou a inserção no mundo virtual alcançam um crescimento avassalador, mas cresce também a expectativa de se ter uma sociedade mais unida e justa. Todavia nem sempre as redes sociais são consideradas de forma favorável, já que dependem dos atores que a completam.

O conceito de rede social − uma das maneiras de representação dos relacionamentos profissionais e afetivos das pessoas entre si − não é novo. Em sua versão virtual ou on-line dos dias de hoje, esse conceito agrega novas características, já que a interligação entre pessoas é própria do ser humano.

De acordo com Garcia (2010), aproximadamente 99% do tempo decorrido desde o surgimento dos primeiros indivíduos do gênero Homo − há quase dois milhões de anos A.C. −, nossos ancestrais já se organizavam socialmente em pequenas comunidades do tipo caçadoras − recolectoras, nômades, com pouca divisão do trabalho, e primavam pela interação cara a cara e a tomada de decisão coletiva e guiada pelo consenso. Isso quer dizer que “mais de 99% da nossa existência na Terra vivemos em pequenas redes sociais de topografia (forma) horizontais e clusterizadas em pequenos grupos pouco conectados entre si” (GARCIA, 2010, s/p).

Cluster é o termo utilizado para definir um aglomerado de computadores, um conjunto de computadores que usa um tipo especial de sistema operacional classificado como sistema distribuído. Muitas vezes é composto por computadores convencionais que são ligados em rede, comunicam-se por meio do sistema e trabalham como se fossem uma única máquina de grande porte.

Para mais informações sobre esse assunto, acesse http://pt.wikipedia.org/wiki/Cluster . Nele você poderá compreender melhor os aspectos que envolvem um cluster.

No tempo remanescente (menos de 1% do tempo desde o surgimento dos primeiros indivíduos do gênero Homo), grandes mudanças aconteceram, o que não implica afirmar que o período anterior fosse estático. Essas mudanças foram mudanças tecnológicas que influenciaram o comportamento da sociedade e ampliaram os limites do mundo.

Desde 1990, a aparição da web 1.0 e, posteriormente, da web 2.0 possibilitou, de forma inovadora, a interação entre indivíduos diferentes e fisicamente distantes, tornando o mundo expressivamente mais próximo (ao menos em termos comunicacionais e em relação àqueles incluídos digitalmente) (GARCIA, 2010). Esse processo coopera com o conceito de “comunidade” inerente ao gênero humano, comunidades formais e, principalmente, informais que se compõem a partir de interesses em comum.

Nesta era, existem também as comunidades na forma virtual ou on-line, que interagem entre si em tempo real. Podemos acreditar, então, que uma nova era de relacionamentos mais horizontais e auto-organizados está surgindo, caracterizada, entre outros fatores, pela necessidade de uma comunicação informal, além das estruturas formais como acontece nas organizações.

Enfim, este é o momento adequado para vislumbrar uma comunicação empresarial mais informal para atingir a grande e complexa rede de indivíduos que interagem além dos limites das estruturas formais e físicas e dos canais tradicionais de comunicação. Por isso gerenciar as redes formadas dentro e fora das empresas já é considerado aspecto fundamental para a gestão estratégica, em geral, e a comunicação empresarial, em particular.

Estudamos que as redes sociais não são recentes, mas que nos dias de hoje se apresentam de forma mais inovadora e crescente. Veremos, a seguir, que as redes sociais podem ser consideradas grandes estratégias competitivas.

Reflita

Se a maioria das pessoas usa as redes sociais hoje em dia para se comunicar, se informar, se divertir, quais as vantagens das empresas também aderirem a essas novas tecnologias?

Estratégias empresariais

Vimos anteriormente que não é possível fugir das redes sociais. Portanto as organizações, gostando ou não, terão de se adaptar a essa realidade, ou seja, não poderão ser retardatárias para não sofrer as consequências. Como a empresa pode se relacionar com seus clientes por meio da web? Que estratégia usar para que o resultado seja positivo? De acordo com Charlene Li (2010), especialista em tecnologias sociais em web 2.0, a estratégia mais apropriada para ingressar nas redes sociais é desvendar inicialmente se o cliente realmente faz parte delas. É importante realizar uma pesquisa para detectar a maneira como os consumidores utilizam as redes sociais, as tecnologias e de que forma e por quais razões os indivíduos tomam suas decisões.

A analista em redes sociais Charlene Li (2010) aponta que em 10, 20 anos, ou até menos, as redes sociais serão como o ar que respiramos. Ou seja, estarão presentes em todos os locais. A questão crucial, segundo a analista, é que tipo de informação será preciso para que as redes sociais funcionem como o ar. Existem três tipos de informação.

A primeira é questão da identidade: quem é o cliente. A segunda refere-se ao seu contexto: quem o cliente conhece. E a terceira informação são as atividades desenvolvidas pelo cliente: o que ele faz no contexto desses relacionamentos. Para Charlene, mais que responder a essas questões, é essencial pesquisar que sítios os clientes acessam e quais produtos eles consomem, para que, a partir disso, as estratégias possam ser traçadas.

Para as organizações, o ponto desafiador será a forma de obter, trocar e preservar todos essas informações dos consumidores. A analista de redes crê que exista algum procedimento que consiga gerenciar toda a questão da privacidade e destaca algumas ponderações: o que fará com que as redes sociais se conversem e reúnam todos os dados dos usuários?

O que é necessário fazer para que concorrentes interajam e mantenham o mesmo padrão? Para ela, a resposta é clara: o dinheiro. “Ninguém fará isso pelo espírito de união, transparência e abertura.

Eles farão isso porque podem ganhar dinheiro”, afirma Li (2010, s/p). Você percebeu a complexidade para as empresas ingressarem nas redes sociais. Mas quem poderia tomar as decisões sobre que estratégias utilizar para a comunicação com os clientes? Para Li (2010), a maior parte das organizações ainda não está preparada para o groundswell.

Groundswell é um termo usado para determinar a tendência das pessoas utilizarem as tecnologias das redes sociais para conseguirem o que necessitam por meio de outras pessoas. Esse conceito é abordado no livro The groundswell – fenômenos sociais nos negócios, de Charlene Li e Josh Bernoff. Vale a pena pesquisar sobre esse assunto.



Apesar de muitas empresas já utilizarem as redes sociais como estratégia competitiva, ainda falta muito para o amadurecimento desse processo. Isso acontece, talvez, pela falta da identificação de pessoas com habilidades e conhecimentos adequados para o desenvolvimento desse percurso. Especializar-se em redes sociais é uma grande oportunidade! Outro fator importante que deve ser definido com cautela é a escolha do canal de comunicação com os clientes, ou seja, se entram ou não em redes sociais.

Outro cuidado a ser tomado é avaliar quais são os objetivos da empresa e onde encontrar as conversas dos clientes. Com isso, a organização poderá ter um feedback de seus produtos e serviços e, a partir daí, ter a chance de aperfeiçoá-los, aumentando o seu comprometimento com os clientes. Isso acontece porque, mais do que interagir com os amigos ou ver fotos, as redes sociais agrupam um conjunto de possibilidades para os gestores das organizações, independente se é empresa pequena ou grande.

De acordo com Kiso (2009), especialista em redes sociais, é essencial desenvolver diferenciais inovadores ao utilizar as redes sociais. “É preciso se destacar em meio à multidão para o consumidor te ver. E isso só é alcançado com criatividade e inovação” (KISO, 2009, s/p). O autor afirma que atualmente 90% dos usuários de telefones celulares inteligentes acessam o Twitter, informação que ressalta o potencial do mercado que o Twitter, assim como outras redes sociais, oferece às empresas.

Para usufruir das oportunidades virtuais e desse mercado, é necessário conhecer as ferramentas disponíveis. De acordo com Kiso (2009), há três grandes vertentes sociais. A primeira é a social informal que você com certeza está inserido, como o Orkut e o Facebook, nas quais as pessoas conhecidas como amigos e vizinhos se relacionam. Já algumas empresas fazem parte da segunda vertente, que agrega não exclusivamente pessoas conhecidas, mas que moram no mesmo bairro ou trabalham na mesma organização, por exemplo.

Ferramentas disponíveis como o Twitter ou o Wikipedia compõem a terceira vertente, que agrega indivíduos desconhecidos que buscam algo em comum. E é dentro desse mundo que os usuários de mídias sociais compartilham ideias, opiniões etc. Por isso Kiso (2009, s/p) afirma que “é preciso entender o poder das redes para usá-las a favor da empresa”.

Quanto tempo em média um brasileiro leva navegando pelas ferramentas virtuais? Kiso (2009) alega que “em um mês o brasileiro gasta em média 17% do seu tempo navegando nas redes sociais, número que pode chegar a 70% em públicos específicos”. A partir desse dado, percebemos o poder das redes sociais. Além disso, oito em cada dez brasileiros participam de redes sociais, como Orkut, blog, o Twitter, o Facebook, entre outras.

Por isso não podemos desconsiderar a potencialidade que as redes sociais representam para o sucesso dos negócios. Relembremos alguns casos do uso bem sucedido das redes sociais. Nas últimas eleições presidenciais americanas, o então candidato Barack Obama, por meio do uso das mídias sociais, arrecadou 320 milhões de dólares em doações para a sua campanha política, conseguindo, assim, vencer as eleições.

Outro exemplo bem sucedido citado por Kiso (2009) ocorreu no Irã, também na época de eleição presidencial, quando o governo fechou todos os meios de comunicação, como jornais, televisões e rádios do país. O mundo só teve conhecimento sobre as fraudes ocorridas nas eleições em função do Twitter, ferramenta utilizada pelo povo iraniano para se comunicar com o mundo e denunciar os absurdos que estavam acontecendo no país.

Referências

BASTOS, M. 10 razões para adotar redes sociais nas empresas. [2009]
Disponível em:
http://br.hsmglobal.com/editorias/10-razoes-para-adotar-redes-sociais-nas-empresas
Acesso em: 2 abr. 2010.

GARCIA, I. Um olhar antropológico das redes sociais. [2010] Disponível em:
http://br.hsmglobal.com/editorias/um-olhar-antropologico-das-redes-sociais
Acesso em: 2 abr. 2010.

IBOPE NIESEN ONLINE. Internet no Brasil cresceu 10% no mês de julho.
[2009] Disponível em:
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=pesquisa_leitura&nivel=null&docid=62A33B253477B58783257619004BD15C
Acesso em: 22 abr. 2010.

LI, C. Redes sociais: o ar que respiramos. [2010] Disponível em:
http://br.hsmglobal.com/editorias/redes-sociais-o-ar-que-respiramos
Acesso em: 1 abr. 2010.

KISO, R. As redes sociais no mundo das empresas. [2009] Disponível em:
http://br.hsmglobal.com/notas/55698-as-redes-sociais-no-mundo-das-empresas
Acesso em: 2 abr. 2010.

PAVONI JR., G. Redes sociais internas são tendências para as empresas em 2010. [2009] Disponível em:
http://br.hsmglobal.com/notas/55833-redes-sociais-internas-sao-tendencia-as-empresas-em-2010
Acesso em: 1 abr. 2010.